O Programa Especial de Treinamento – PET – foi criado em 1979 pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES – visando o melhor preparo dos alunos da graduação. O programa seguiu em expansão até 1996, quando a CAPES parou de expandi-lo, o que prenunciava futuros cortes no programa, que contava então com 318 grupos.
Em 1997, com a crise da Rússia no fim do ano, o governo anuncia cortes em toda a educação, atingindo também o programa PET. O anúncio inicial era o corte da taxa de manutenção, a bolsa de professor visitante, a bolsa de mestrado para egressos do programa e reduzia de 12 para 6 o número de pessoas por grupo.

Em 98, devido à mobilização de bolsistas e tutores, conseguiu-se reverter a redução no número de bolsistas. Os outros cortes no entanto continuaram e sua reversão continuam parte de nossos objetivos. Começam a se afirmar como intrumentos da luta pelo PET a criação de Interpet’s estaduais, os encontros regionais como Sulpet e Sudestepet, manifestações de rua em Brasília e diversas cidades e, principalmente, o ENAPET, Encontro Nacional de Grupos PET, atividade anual paralela à reunião anual da SBPC.

Em 1999 o governo anuncia a extinção do programa e sua eventual substituição pelo DEPEM, um programa de compra de equipamentos com captação de recursos na iniciativa privada. Os grupos PET’s de todo país se mobilizam fazendo manifestações de rua e recebe forte apoio de parlamentares e da comunidade acadêmica, incluindo ANDES, UNE, SBPC, Andifes, Centros Acadêmicos e diversas Assembléias Estaduais. A extinção do programa não vinga e o governo é obrigado a prorrogar o programa por mais um ano, passando a coordenação do mesmo do âmbito da CAPES para a SESu. Além disso, os grupos passam a ser alocados dentro de suas Universidades na Pró-Reitoria de Graduação, saindo da Pró-Reitoria de Pós-Graduação.

Em 2000, os grupos de todo o país lutam novamente para garantir sua não extinção, uma vez que o governo considerava 2000 como sendo o último ano do projeto. Graças ao apoio de toda comunidade acadêmica e científica, sindicatos, assembléias estaduais e o congresso federal, além do empenho dos petianos organizados nacionalmente, conseguiu-se prorrogar novamente a existência do programa. A SESu no entanto se recusa a pagar os tutores, que desde janeiro de 2000 já não recebiam. O dinheiro que deveria ir para o pagamento de tutores e taxa de manutenção dos grupos sumiu dentro do MEC (5 milhões) e nunca mais apareceu. Para 2001 somente metade da verba necessária ao programa foi conseguida, através de emenda no orçamento feitas pela comissão de educação no congresso.

O ano de 2001 começou com a certeza de que novamente o governo tentaria extinguir o programa. De fato, em 22 de março a SESu divulga um documento, extingüindo todos os grupos PET e lançando um edital para um programa substitutivo, com o mesmo nome PET, no entanto completamente descaracterizado. O edital vinculava a existência de grupos à adesão da intituição ao provão, cortava um terço do número de bolsistas, extinguia a figura do tutor e transformava o PET em um programa de ensino à alunos do segundo grau, completamente diferente da proposta abragente que norteia os grupos PET, visando formação ampla do bolsista e melhoria do seu curso através das atividades de pesquisa e extensão pelo grupo desenvolvidas. O Edital foi rejeitado nacionalmente pelos grupos, pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Graduação (FORGRAD) e por muitas Universidades como a UFSC. Por fim, cai da chefia da SESu o então secretário Antonio Macdowell, dando lugar à nova Secretária Maria Helena de Castro, que reconhece o projeto como muito fraco e cancela o edital que poria fim ao PET.

Em julho são pagas pela SESu as bolsas referentes ao primeiro semestre. As bolsas de julho, agosto e setembro são pagas somente em janeiro de 2002. Os tutores novamente não são pagos e um processo coletivo movido pela ANDES segue em tramitação contra o governo exigindo o pagamento.

Ao fim do ano o governo anuncia uma mudança de direção, prometendo não mais cancelar o programa, aceitando como fórum de negociação a Executiva Nacional do PET (eleita em assembléia durante o Encontro Nacional dos Grupos PET, realizado anualmente) e propondo uma mesa de negociações com reuniões mensais. Novamente o orçamento para os grupos só é conseguido através de emenda de parlamentares e somente metade da verba necessária para 2002 é aprovada.